Por Márcio Jones
George Bernard Shaw dizia que nós aprendemos da história que nós nada aprendemos da história. Parece-me ser esse o pensamento esboçado por grande parte dos evangélicos de nosso tempo. Digo que assim o é propositadamente, e não algo impensado ou inopinado. E não me refiro à história geral, mas me detenho apenas na história da igreja. Os líderes contemporâneos, sobretudo neopentecostais, propugnam por construir a imagem de suas igrejas ignorando completamente os fatos passados, mormente a Reforma protestante, a qual classifica os cristãos pertencentes às denominações ditas evangélicas. No ideário de tais lideranças, suas igrejas são uma espécie de ilha, longe de tudo e de todos, que deve, com desbravamento, brotar solitária, ignorando toda a sorte de informações relevantes, como literatura e eventos, produzidos ou ocorridos ao longo da história da igreja, a que querem eles pertencer. Um tanto quanto estranho isso. Afirmo que tais homens entendem que o Espírito que lhes fala — dizem —, não o fez a outros. Asseverava Charles Haddon Spurgeon: “parece estranho que certos homens que falam tanto sobre o que o Espírito Santo lhes revela pensem tão pouco no que ele revelou a outros”. Ora, para se ignorar mais de 2000 anos de história da igreja cristã, dos quais 495 de igreja protestante, só me é compreensível quando esta é a lição expendida pelos ignorantes: “não interessa saber”!
Por experiência própria, proponho a tese em tela, pois integrei, por sete anos, a partir de 2005, uma denominação neopentecostal — até então só havia participado de missas na igreja romana. Apesar de todo esse tempo, jamais foi-me falado sobre a Reforma, sobre Lutero, sobre Calvino, sobre Knox, Zwinglio, entre tantos subtemas e protagonistas. Tudo isso não era tratado com desdém, mas sequer era aludido, como se não gozasse do mínimo prestígio. Não deveríamos considerar suas razões, os acontecimentos ocorridos, as divergências doutrinárias evidenciadas e esclarecidas, os partícipes desse ensejo e seus sucessores, seu legado, até para que pelejássemos contra as velhas práticas romanistas, se as tais voltassem a ocorrer em nosso meio? E o que alegar diante de um panorama como o atual, que sustenta um protestantismo solitário, orgulhoso e egocêntrico, e que incorpora os mesmos sistemas doutrinários outrora combatidos pelos reformadores, como a experiência que se equipara à Escritura, como o costume que também detém igual condição, como a infalibilidade do pastor, apóstolo ou coisa que o valha, como o misticismo, o esoterismo, o ecumenismo e tantas outras miscigenações? Não há defesa ou justificativa. Urge tornarmos a bradar: Sola Scriptura, sola gratia, sola fide, solus Christus, soli Deo gloria.
Por experiência própria, proponho a tese em tela, pois integrei, por sete anos, a partir de 2005, uma denominação neopentecostal — até então só havia participado de missas na igreja romana. Apesar de todo esse tempo, jamais foi-me falado sobre a Reforma, sobre Lutero, sobre Calvino, sobre Knox, Zwinglio, entre tantos subtemas e protagonistas. Tudo isso não era tratado com desdém, mas sequer era aludido, como se não gozasse do mínimo prestígio. Não deveríamos considerar suas razões, os acontecimentos ocorridos, as divergências doutrinárias evidenciadas e esclarecidas, os partícipes desse ensejo e seus sucessores, seu legado, até para que pelejássemos contra as velhas práticas romanistas, se as tais voltassem a ocorrer em nosso meio? E o que alegar diante de um panorama como o atual, que sustenta um protestantismo solitário, orgulhoso e egocêntrico, e que incorpora os mesmos sistemas doutrinários outrora combatidos pelos reformadores, como a experiência que se equipara à Escritura, como o costume que também detém igual condição, como a infalibilidade do pastor, apóstolo ou coisa que o valha, como o misticismo, o esoterismo, o ecumenismo e tantas outras miscigenações? Não há defesa ou justificativa. Urge tornarmos a bradar: Sola Scriptura, sola gratia, sola fide, solus Christus, soli Deo gloria.