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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Meditação I




Por Márcio Jones


Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago [...] (Jd 1a)


Eis aqui a primeira parte do primeiro versículo da saudação de Judas, não o Iscariotes, contida na epístola que leva seu nome. É interessante notar que o autor guardava laços de consanguinidade com Jesus, sendo, pois, seu irmão (Mt 13.55; Mc 6.3). Assim, destaca-se nesse fragmento o fato de que, ainda que Judas pudesse arrogar para si o posto de 'o irmão do Senhor', quem sabe objetivando maior aceitação e credibilidade, não o fez. Antes, Judas nos transmite que o título de um servo (δουλος = escravo) de Cristo é sua antítese, isto é, não ter título algum, a não ser escravo do Senhor, desprovido de suas próprias vontades e desígnios. 

Lembro-me de certa feita em que trabalhávamos, um amigo e eu, em meados de 2006, num congresso de ministros sediado por um igreja neopentecostal de que fazíamos parte. Estava este amigo incumbido de guardar a portaria de acesso à área restrita da congregação, onde se realizavam os workshops. Havia autorização para ingresso nessa localidade apenas aos que estivessem munidos de credenciais específicas, em sua maioria pastores. Num dado momento, achegou-se até ele um indivíduo de uns quarenta anos, sem qualquer identificação, e manifestou desejo de entrar. Ao que, prontamente, este amigo lhe disse: "Para ingresso, é necessária credencial, irmão". Quisera ele não ter se dirigido ao referido indivíduo como 'irmão', pois o tal ficou fora de si, afirmando repetidas vezes não ser 'irmão', mas sim 'pastor'. Seguidamente, o irmão esquentadinho procurou um dos pastores da igreja e lhe relatou a situação "absurda". 

Concluímos, portanto, que o maior título de que um cristão deve ser detentor é de servo, escravo de Cristo, e dizer como Paulo: "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gl 2.20a)". Não há mais vontades, desejos, desígnios, status que nos sejam próprios. Há tão somente a cruz que nos impele a negarmos a nós mesmos , dia após dia (Mt 16.24-26). Não há privilégio maior do que servir a um Senhor que é bom, justo e misericordioso.

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