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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

O conselho de Gamaliel representa o pensamento cristão?



Por Leonardo Gonçalves


Em nosso Brasil hodierno, as seitas pseudo-cristãs tem se multiplicado com tal rapidez, que é possivel presenciar diariamente o surgimento de diversas instituições eclesiásticas que, apesar de exibirem a alcunha de “cristãs” ou “evangélicas”, pouca semelhança têm com Cristo e seu evangelho. Tais movimentos, apesar de falarem no nome de Deus, trazem em seu bojo doutrinário uma série de preceitos alheios à Palavra de Deus. Correntes de libertação, pregações triunfalistas com ênfase em prosperidade financeira e muitos milagres são exibidos pelos apóstolos do momento. Estas lideranças costumam valer-se dos milagres para autenticar seus ministérios e amedrontar aqueles que lhes são contrários.
A intimidação espiritual e a falta de exegese autêntica são as marcas destes ministérios emergentes. Certo tele-apóstolo, aquele que cura as pessoas com a sua “sudorese santa”, costuma respaldar-se nos milagres que produz. “Olha o milagre aí igreja! Quero ver dizer agora que eu não sou homem de Deus.” – reverbera Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. “Se essa obra não for de Deus, vai acabar; mas se ela for de Deus, ninguém vai nos parar” – diz o apóstolo, supostamente respaldado pelo conselho de Gamaliel, em At 5.34-39:
“Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel, doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco, levassem para fora os apóstolos; e disse-lhes:
Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes homens.Porque, antes destes dias, levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a nada. Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.
E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus”.
O argumento apresentado por Gamaliel, famoso rabino da seita dos Fariseus, tem sido perpetuado como sendo um conselho verdadeiro e inspirado. Muitos defensores dos novos movimentos de fé também se valem deste argumento quando dizem:
“Não fale do bispo tal, porque ele é ungido de Deus. Aliás, se ele não é de Deus, como a igreja dele cresce tanto? Deixa ele, pois se essa obra for de Deus, você estará lutando contra Deus!”
Onde está o problema com o conselho de Gamaliel?
Em primeiro lugar, devemos reconhecer que na Bíblia há registros inspirados e mandamentos inspirados. Ela é descritiva e prescritiva. Por exemplo: A Bíblia descreve algumas das mentiras de Satanás, mas ela não ensina a mentira. As mentiras do diabo, portanto, são descrições e não prescrições. Ela também descreve o adultério de Davi, mas não prescreve o adúltério. Ela descreve a traição de Judas, mas isso não quer dizer que o cristão deve trair a confiança dos seus amigos. A boa heremenêutica nos exorta a reconhecer que nem tudo o que está na Bíblia é um mandamento para o cristão.
O mesmo acontece com o conselho de Gamaliel. A Bíblia o descreve, mas não prescreve sua atitude como correta. Ora, Gamaliel sequer era cristão; muito pelo contrário: Ele era membro da seita que mais se opôs ao cristianismo durante os primeiros anos da sua existência. Além disso, a premissa de Gamaliel não resiste à prova da história: A experiência humana tem se encarregado de provar que o argumento deste rabino judeu não passa de uma grande falácia. Quantas seitas que surgiram desde antes do advento do cristianismo, e que perduram até hoje?
Tomemos como exemplo o budismo. A seita fundada por Sidharta Gautama mais de 500 anos antes do nacimento de Cristo perdura até hoje, tendo milhares de adeptos ao redor do mundo. Ora, se o argumento de Gamaliel estiver correto, então serei forçado a crer que o budismo, religião que ensina a reencarnação, animismo e tantas outras abstrações, também é de Deus! Lembre-se que passaram mais de dois milênios e a religião contina crescendo em número de adeptos, inclusive no Brasil. O mesmo pode ser dito do Confucionismo, Jainísmo e Taoísmo, todas com mais de quatro séculos antes do cristianismo! Numa tradição mais recente está o maometismo (islamismo), com cerca de quinze séculos de história, o que segundo o conselho de Gamaliel, é mais do que suficiente para justificar a fé terrorista que se impõe por meio da espada.
Gamaliel versus Paulo de Tarso
Apesar de ter sido instruído aos pés de Gamaliel, o ex-fariseu Paulo de Tarso não se deixava enganar pelo seu estranho pressuposto do antigo mestre. O apelo à “tolerância” de Gamaliel fora abandonado tão logo o cristianismo começou a ser bombardeado pelas doutrinas dos falsos mestres. Diferente de Gamaliel e seu apelo à conivência, o apóstolo dos gentios se opôs a tudo aquilo que pusesse tropeço a obra de Deus:
* Repreendeu a Pedro na cara, por sua dissimulação – Gl 2.11-14
* Mandou Tito “tapar a boca” dos falsos mestres – Tt 1.10-11
* Chamou os falsos obreiros de cães – Fp 3.2
* Citava nomes, quando julgava preciso – 2 Tm 2.17; 2Tm 4.10
Paulo não estava disposto a seguir o conselho de Gamaliel. Ele já não estava submisso ao antigo rabi. Seu mestre agora era outro, o Cristo.
Gamaliel versus Jesus Cristo
Penso sinceramente que estes que se respaldam em Gamaliel estão em franca oposição ao evangelho. Ora, diferente do rabino fariseu, que em sua “extrema prudência” nos conclama a abrir mão do sublime dom de discernir, crendo que Deus dará aos falsos mestres o mesmo destino de Teudas e Judas Galileu (At 5.36-37), ordenando sobre eles perseguição e matando-os à espada (bem ao estilo dos fariseus!), Cristo nos ensina a discernir a conduta dos falsos mestres, julgando-os à luz dos seus frutos:
“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? [...] Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” – Mt 7.15-19
Jesus ensinou que não devemos nos deixar seduzir por milagres, pois, diferente do que diz o teleapóstolo da Igreja Mundial do Poder de Deus, os milagres não autenticam o ministério de ninguém:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” – Mt 7.21-23
Ora, ainda sobre milagres, cabe dizer que João Batista não realizou nenhum milagre (Jo 10.41), mas Jesus testificou dele dizendo que ele foi o maior entre os homens (Mt 11.11). Por outro lado, o ministério de Judas foi seguido por sinais (Mt 10.1), mas Jesus testificou contra ele chamando-o de diabo! (Jo 6.70)
***
Esclarecimento:

Texto em resposta à centena de anônimos que, possuídos de uma ignorância sincera, ou por uma intencional vontade de criticar os críticos e julgar os juízes, mencionam o conselho de Gamaliel como refutação às denuncias, exortações e elucidações apologéticas do Púlpito Cristão.
Consideramos injusto que, por causa de alguns, todo o evangelho seja escandalizado. Poremos à prova os que dizem ser apóstolos (Ap 2.2), quando na verdade são sinagoga de Satanás (Ap 2.9). Demonstraremos, à luz das Escrituras, que estes mercadores da fé não servem a Deus, não são evangélicos nem mesmo cristãos. Seguiremos firmes na defesa do evangelho, apontando o verdadeiro caminho e opondo-nos a tudo aquilo que seja tropeço à fé.
Aos anônimos, pedimos que saiam de suas moitas, assumam suas verdadeiras identidades, pois não parece atitude cristã omitir-se da responsabilidade pelo que diz. Além do mais, o anonimato é proibido por lei, e os que assim procedem são criminosos aos olhos da Constituição Federal.
Quanto aos vendedores de milagres, como o telepastor que recentemente nos ameaçou de processo por calúnia e difamação, que provem o que disseram, pois nós e mesmos e muitos crentes tupiniquins são testemunhas do vosso comércio de milagres, prometendo bençãos mediante o sacrifício (sempre financeiro) do fiel, e dissimulando de cristianismo a vossa avareza.
Temos nossa mente limpa, purificada pelo Sangue de Cristo, e o coração sincero. Temos plena convicção de que como cristãos, fomos chamados para a defesa do evangelho (Fp 1.16).
Novamente dirijo-me ao telepastor que tem nos ameaçado: Tome vergonha na cara e mude de atitude, pois a tua soberba, caso incontrita, te levará à ruína (Pv 16.18).




Fonte: Púlpito cristão

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

COMO O CRISTÃO DEVE TRATAR O ANTIGO TESTAMENTO (A.T.)


Por Daniel D. 



Concordância do N.T. com o A.T.

O apóstolo Paulo evidenciou a importância do A.T. Ele diz que foi para nossa instrução que houve a sua confecção (Rm.15.4). Ele também diz em outro texto: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça”. (2Tm.3.16). O apóstolo Pedro nos disse que: “... homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. (2Pe.1.20). O autor da carta aos hebreus escreveu: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas”. (Hb.1.1). Em fim, vemos aqui pelas palavras dos apóstolos, o quanto o Antigo Testamento é útil para a vida do cristão. O nosso próprio Senhor Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra”. (Mt.5.17,18). Ele ainda disse: “... Escritura não pode ser anulada”. (Jo.10.35).

Distinção entre Israel e Igreja

Dado ao fato de ter sido considerado importante assim, precisamos saber como tratar com o Antigo Testamento, haja vista que somos gentios convertidos ao evangelho e fazemos parte do Novo Testamento. Como membros de uma Nova Aliança, fazemos parte da igreja de Cristo, diferente de Israel, que fizeram parte da Antiga Aliança. A Bíblia faz essa distinção:

Israel: Todos os judeus, descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Filhos da lei. Herdeiros das promessas da Antiga Aliança. Rm.9.4; Ap.7.4-8; Jo.1.11; Êx.3.7; Dt.7.6.

Igreja: Todos os cristãos espalhados pelo mundo inteiro, de todas as raças (Gl.3.27,28), convertidos pelo poder regenerador do Espírito Santo, filhos de Deus e herdeiros das promessas da Nova Aliança. 1Tm.3.15; Ap. 7.9-15; Jo.1.12; Mt.16.18; 1Pe.2.9.

Refutando a teologia da substituição

A igreja não substitui Israel, a igreja tem suas promessas distintas. Podemos citar alguns textos bíblicos que comprovam isso: Rm.11.1,2,28,29; Dt.30.3-6; Jr.32.37,38; Is.55.3; etc.

Fazendo o uso correto do A.T.

A Antiga Aliança vem para dentro da Nova Aliança, e aquilo que não tiver conteúdo moral, princípio e verdade viva se anulam pela superioridade da Nova Aliança. O que é abolido na lei é a sua capacidade de redenção do pecador. Por isso que se diz: “Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade”. (Hb.7.18). “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (idem 8.6).

Quando lemos o Antigo Testamento, embora sejamos pertencentes da Nova Aliança em Cristo, podemos extrair da aliança anterior suas práticas que tenham princípios e valores que colaboram com a vida e o caráter cristão e fazermos aplicações, deixando em sua época todo o cerimonialismo e costumes culturais. E isso se pode fazer usando as três meditações:

1)      Mandamento Universal (trata de leis que toda humanidade deve seguir)
É toda lei divina que pode ser aplicada em qualquer época e em qualquer cultura e que encontra apoio tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento. Exemplos: Não matar, não adulterar, não furtar, não cobiçar, encontramos apoio tanto no A.T (Êx.20.13-15,17) como no N.T (Rm.13.9). Não adorar imagens, temos em Êx.20.5 e em Mt.4.10.

2)      Princípio (trata assuntos primários estabelecidos por Deus)
É uma crença ou princípio imutável e que perdura por todas as alianças.Exemplos: Que há um só Deus, vemos isso em Is.44.6 e 1Tm.2.5. Que Deus abate o soberbo e dá graça aos humildes, vemos isso em Ez.21.26 e em Tg.4.6. O ato de contribuir financeiramente (o dízimo e ofertas) com obras relacionadas a fé comum (judaísmo e cristianismo) exercitando a generosidade e a gratidão a Deus (entenda mais sobre isso clicando AQUI). A circuncisão do coração (Rm.2.28,29). A separação de um dia para adoração ao criador e descanso (Êx.20.8). Que no caso, não se trata do sábado quanto mandamento local judaico (idem 31.16,17), mas do sábado quanto princípio, um dia, qualquer dia, que seja tributado ao criador.

3)      Verdade Prática (trata de atitudes que trazem lições para a vida)
São verdades que o homem vive, aprende e descobre na prática. Observadas ou não, acontecem em nosso cotidiano e geralmente estão nas narrativas das Escrituras. Exemplos: O pecado de Acã e a derrota de Israel (Js.7.1-26); Deus prova Abraão (Gn.22.1-24).

Infelizmente, alguns grupos facciosos do tipo: Adventismo do Sétimo Dia, Testemunhas de Jeová, Catolicismo Romano, Igreja Universal do Reino de Deus, Movimento G12, Congregação Cristã do Brasil, tem feito mau uso do Antigo Testamento criando uma celeuma muito grande, anulando a graça divina e se rebelando ao desígnios de Yahveh para com o seu povo Israel. Roubando promessas que não são para eles em detrimento das que são. 



Fonte: Anti-heresias

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Ministérios fracassados



Todos nós gostamos de responder “envia-me a mim”, com o profeta Isaías, quando Deus lhe pergunta a quem enviaria. Mas será que nossa resposta permaneceria a mesma se soubéssemos para qual ministério Deus enviou esse profeta?

Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo. (Is 6:8-10)

Você leu para qual ministério Deus enviou Isaías? Para um ministério onde ninguém o ouviria, onde ninguém seria salvo. Ou seja, Deus enviou Isaías para um ministério fracassado! Ou… será que não?

O documentário abaixo, produzido por Yago Martins, aborda a questão do sucesso segundo o mundo contra o sucesso segundo Deus – uma mensagem tão importante nos tempos megalomaníacos de hoje.



Todos nós gostamos de responder “envia-me a mim”, com o profeta Isaías, quando Deus lhe pergunta a quem enviaria. Mas será que nossa resposta permaneceria a mesma se soubéssemos para qual ministério Deus enviou esse profeta?

Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. Torna insensível o coração deste povo, endurece-lhe os ouvidos e fecha-lhe os olhos, para que não venha ele a ver com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta, e seja salvo. (Is 6:8-10). Você leu para qual ministério Deus enviou Isaías? Para um ministério onde ninguém o ouviria, onde ninguém seria salvo. Ou seja, Deus enviou Isaías para um ministério fracassado! Ou… será que não?

O documentário abaixo, produzido por Yago Martins, aborda a questão do sucesso segundo o mundo contra o sucesso segundo Deus – uma mensagem tão importante nos tempos megalomaníacos de hoje.

Como bem aponta Augustus Nicodemus, ”o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4:2). Contudo, devido ao engano do coração humano, muitos podem tentar esconder sua passividade sob a capa da fidelidade, alegando “minha igreja não cresce porque somos fiéis as Escrituras”. Isso pode ser verdade, mas também pode ser verdade que essa igreja, sua pregação e seu evangelismo estejam, na verdade, mortos e insípidos. A fidelidade bíblica é algo ativo, como Jesus bem mostra na parábola dos talentos (Mt 25: 14-30). Jamais esqueçamos que, sim, é Deus que dá o crescimento, mas somos nós que, pela graça de Deus, plantamos e regamos (1 Co 3:6).



Fonte: Voltemos ao evangelho